23 dezembro, 2008

Falando em viagens...

Nossas malas estã prontas de novo!
Para quem passar por aqui, um ótimo natal e que 2009 venha com muito mais histórias legais para serem vividas e contadas!

Beijos, beijos,
Kelli

Vamos falar sobre Londres

O ano está quase no fim, já se passaram mais de dois meses e só agora eu finalmente parei para escrever sobre Londres, com a devida atenção que aquela cidade merece.

Antes de qualquer comentário: é a cidade é tudo nessa vida. Eu simplesmente amei Londres, os britânicos, a educação deles, o sotaque, as ruas, as casas, as opções culturais, as misturas culturais, o ar conservador de um país que ainda vive numa monarquia misturado com toda a modernidade que a globalização proporciona, enfim... um mês seria pouco para conhecer tudo o que a cidade oferece.

Como disse para o Marido, viveria lá fácil, mesmo com o clima frio e a fama de ser uma cidade cinza. Acho que por ser início do outono, pegamos apenas um dia com chuva e uns dois nublados, todos os outros foram de céu azul e sol. Nos disseram que foi sorte, pode ter sido presente de aniversário de São Pedro também, vai saber :-)

O fato é que com dias tão convidativos, trocamos os muitos museus por passeios pelas ruas e bairros, para conhecer o dia-a-dia de quem vive na cidade, coisa que nem sempre está nos guias de viagem... Pra começar, trocamos o hotel por um quarto na casa de um britânico. Além de [muito] mais barato, a gente conhece o estilo de vida deles, compartilha o mesmo banheiro, o chá e conversas bem agradáveis ao fim da noite, ou início da manhã.

Além do circuito Big Ben, Palácio de Buckingham, troca da guarda, Saint Paul, British Museum, caminhadas à margem do Tamisa e pelas suas pontes, visitamos o bairro dos punks, onde vive a Amy Winehouse, as ruas e os locais onde foram gravadas cenas de Bridget Jones, Closer, Um lugar chamado Notting Hill e vários outros filmes, passamos pela Chinatown e por um bairro árabe onde todos os bares oferecem narguile, a Oxford Street com as suas muitas lojas, também conhecemos as feiras de rua, onde os mesmos casacos da Oxford são vendidos sem etiquetas famosas a preço de banana, eu quase enlouqueci na Primark, uma loja com tudo muito barato, mas o que eu queria mesmo era comprar tudo o que tinha para vender na Marks & Spencer. Não, não fui a Harolds.

Fomos a Greenwich, o ponto zero mundial, o lugar que determina o horário de todos os lugares do mundo, conhecemos a noite londrina, os pubs, dos tradicionais aos mais modernos, Marido provou cervejas do mundo inteiro e eu me deliciei com a PIMM'S, o drink para mulher tradicional de lá, comemos fish and chips, o Sunday roast, que é um bife com molho e batatas, kebab, comida chinesa no meio da rua, Subway de madrugada e o que eles chamam de café da manhã, mas vem com feijão doce, ovos, batata, tomate, linguiça e um pedaço de pão e o chá britânico, claro.

A gente andou muito e com certeza ficou muito ainda por fazer. Para mim, Londres é daqueles lugares que por mais que a gente visite, nunca vai conhecer por completo. É dos lugares que são recordados com encanto, com aquela vontade de estar lá outra vez.

18 dezembro, 2008

Oportunidades únicas

Portugal tem umas coisas engraçadas. E aqui eu uso o adjetivo “engraçada” no sentido luso, de interessante. Como eu ia dizendo... há aqui o hábito de se abrir espaços históricos ou órgãos públicos para visitação apenas uma vez por ano. E o povo vai que vai.

A primeira vez que ouvimos essa conversa, se tratava de umas galerias do império romano que estão sob uma das ruas mais movimentadas da Cidade Baixa, o centro de Lisboa (sim, sim é a tradução ao pé da letra de downtown). A notícia saiu nos jornais gratuitos, no rádio e quando chegamos lá, não pudemos sequer entrar na fila, pois já havia mais gente à espera do que tempo disponível para as visitas guiadas. Ficou para o ano.

Daí seguimos para o prédio da Assembléia da República, que também estava aberto para o público naquele dia. Tempos depois Marido e eu passeávamos pelo centro quando vimos que acontecia algo em um dos prédios da Praça do Comércio (onde estão concentrados quase todos os ministérios de Portugal). Chegamos à porta e pimba, era o dia anual de visitas ao Ministério da Agricultura.

Eu acho a iniciativa bem bacana. Em cada um dos cômodos funcionários explicam sobre quem usava aquela sala antigamente, o que é feito lá agora, as mudanças que foram feitas, o que continua intacto etc, sem contar que os prédios em si são merecedores de uma visita pela arquitetura e riqueza de detalhes. E a gente sempre aprende um pouquinho mais sobre Portugal nesses passeios.

Na sexta-feira passada estava em casa quando ouvi no rádio que o Cais das Colunas tinha sido reaberto, mas voltará a ser fechado no início de janeiro, para obras no seu contorno. O Cais das Colunas nada mais é do que exatamente isso: um cais a beira do rio Tejo com duas colunas. Detalhe: fica bem no meio da Praça do Comércio, como se representasse a porta de entrada da cidade na época das grandes navegações, quando ainda não existia trem, metro e avião.

Marido aceitou a sugestão de passeio, então depois do seu expediente lá fomos nós – e um bocado de portugueses – apreciar a beleza do Tejo e o pôr-do-sol, saboreando castanhas portuguesas assadas. Havia também muitos turistas e esses nem sabem a sorte que tiveram, pois outro desse só para o ano.

12 dezembro, 2008

O outono

Aconteceu de novo... o fim de semana (passado) foi prolongado, cinzento e molhado. Com um porém: temperaturas amenas, na casa dos 15 graus.

No primeiro dia útil semana, a terça, o sol apareceu e a temperatura caiu.

É assim que é do lado de cá da linha do Equador: os dias ensolarados são os mais frios.

Aprendi isso há três anos, lá na Terra do Gelo. Teve um dia que eu sai de casa apenas de jaqueta, sem luvas, touca, cachecol e uma blusa extra. Tudo porque tinha visto um sol maravilhoso pela janela ao acordar, depois de muitos dias cinzas. Estava seis graus e eu não tinha como voltar para casa...

Quase congelei.

Quando contei o ocorrido à minha hostmother, ouvi essa frase pela primeira vez, dita com uma certa indignação... como eu não sabia que os dias bonitos são os mais gelados?

De onde eu venho sol é sinônimo de calor, sabe.

Agora que eu sei isso tudo e visto as roupas certas, descobri o prazer que é sentir só a ponta do nariz gelada, de parar onde está batendo o sol e ficar ali por alguns segundos, sentir a brisa gélida no rosto enquanto caminho. Eu acho as cores do outono bonitas, as árvores em seus tons alaranjados, as folhas caídas, as pessoas em seus casacos e botas.

Os dias de sol me deixam especilamente feliz.

02 dezembro, 2008

Lá vem o sol

Hoje é o dia internacional de aproveitar o sol. Explico: o outono aqui tem sido uma maravilha, dias de céu azul, com sol, um ventinho gelado e temperaturas entre 10 e 17 graus. Até quinta estava assim. Aí na sexta-feira – o primeiro dia de um feriado prolongado – o tempo mudou completamente e como é comum entre os mortais, choveu o feriado inteiro.

Hoje, o primeiro dia útil da semana, o céu está lindo, com um sol que nos convida a dar uma voltinha pela rua ou a trazer o computador para perto da janela, no meu caso :-) Assim como eu, os vizinhos estão aproveitando para lavar roupas, abrir as janelas e deixar um pouco de ar fresco revitalizar a casa, pois para amanhã – e o restante da semana – a metereologia prevê mais dias fechados, com “aguaceiros”.

E tudo isso só porque o fim de semana será prolongado de novo? Não pode ser... não deveria ser.

27 novembro, 2008

Crendices

Cada um tem a sua. A pessoa pode não admitir ou guardar só para si, mas que ela tem pelo menos uma crença em algo um tanto sem muito sentido (para os outros!), tem.

Eu tenho uma grande dificuldade em falar sobre projetos (meus, claro) que ainda não estão concretizados. Eu não sei dizer exatamente o porquê, mas na minha cabeça se eu falar antes de realmente acontecer, pode não dar certo e nem vir a acontecer. Marido chama de crença limitadora. E realmente é, pois já me levou a conflitos internos torturantes.

Eu acredito que as pessoas geram energia, positiva e negativa. Às vezes pode ser um ato ou pensamento inconsciente, involuntário, mais forte que ela... A tal “inveja boa”, por exemplo. Isso não existe. Inveja é inveja. E gera uma carga energética bem negativa, independente da pessoa dizer que não é bem assim.

A minha própria crença gera uma energia negativa danada, mas a questão é que eu não gosto de dar explicações. Não sobre a minha vida. E se algum detalhe der errado e eu já tiver dito pro mundo inteiro, para cada pessoa que eu reencontrar vou ter que explicar isso e aquilo. Porque as pessoas realmente perguntam. (Eu sou uma e não fujo à regra).

Isso já me colocou em cada situação... quando fui para a Terra do Gelo mesmo meu visto só foi liberado horas antes do vôo e eu estava no maior conflito: fazer ou não fazer festa de despedida. Eram seis meses fora do Brasil, eu tinha pedido as contas do emprego e as passagens já estavam compradas. Eu realmente acreditava que viajaria, mas e se tivesse que adiar? Quando contei aos meus amigos, o “COMO ASSIM?” foi em coro. Poucas coisas me doeram tanto quanto aquilo. Eu tirei das minhas amigas a oportunidade de me ajudarem a fazer as malas, a gravar Cds com músicas brasileiras, a escolher qual livro levar e um monte de coisas. As pequenas coisas, aquelas que realmente importam.

Aí a ficha caiu. Claro que ninguém muda da água pro vinho da noite para o dia. Me abrir mais tem sido um processo constante. Às vezes eu tropeço, gaguejo, enrolo, mas conto, ainda que para poucos. E quando algo não corre como planejado, o abraço e as palavras de consolo vêm na sequência, sem que eu precise pedir.

24 novembro, 2008

Mas... mas... mas... eu só quis dizer...

Já faz um tempo que estou para escrever sobre as broncas que levo em qualquer lugar que vou. Bronca mesmo, daquelas que levamos da mãe quando fazemos alguma besteira. Aqui, não é preciso fazer besteira. Não é preciso sequer falar na verdade. Basta existir e estar bem em frente a um português mais carrancudo.

O mais típico é o graçom. Alguns nos encaminham para a mesa de um modo bem direto: “Se quer se sentar, tem que ser nessa mesa, naquela não pode”. E ponto. O mesmo tipo de tratamento também pode acontecer quando pedimos algo que ESTÁ no cardápio, mas por alguma razão NÃO HÁ disponível naquele dia. Agora aprendi a pedir pelo que está na lista de “pratos do dia”. É atualizada diariamente e sempre tem ao menos duas opções de peixe e outras duas de carne, além da quase certeza de que há.

Outro tipo de bronca vem de atendentes de um modo geral (de lojas, supermercado, dos correios, do banco etc). Pode ser porque ela não tem troco, ou porque você pediu para trocar uma nota de 20 euros, porque o que você quer toma um pouco mais de tempo, porque você pediu inforamções sobre um produto ou mesmo porque você simplesmente entrou na loja.

Agora os campeões são os idosos (e eles que são muitos!). Com esses não tem conversa. São curtos e crossos. No começo achava que era pessoal, que eu realmente fazia algo de errado. Agora abstraio completamente. É esquisito, mas esse realmente é o jeito deles.

Um amigo do Marido descreveu um restaurante da seguinte forma: “É uma típica cervejaria portuguesa, onde os conhecidos são bem tratados e os estranhos postos para correr”. Detalhe: ele é português, tá. E falou isso sorrindo. Enfim, é realmente o jeito de ser de alguns portugas.

Bem, mas verdade seja dita, toda história tem duas versões, certo? A outra metade dos garçons com que nos deparamos adora fazer piadas, está preocupada se estamos gostando de tudo, sugere o melhor prato e ainda explica a diferença entre bacalhau a brás, a broa, a gomes de sá, a zé do pipo e com natas. Os atendentes conhecem os produtos que vendem com riqueza de detalhes e os velhinhos – os perdidos entre os resmungões – são simpatissíssimos. Não são muito de conversa, é verdade, mas até sorriem. E sempre têm comentários fofos na ponta da língua.

20 novembro, 2008

Os primeiros 300

Marido e eu completamos dez meses de casados. Essa nossa conta é um tanto torta, como eu já expliquei aqui. Mas a verdade é que tem sido dez deleciosos meses, de altos e baixos, de cumplicidade e aprendizado. E também de muito, muito amor e confiança.

O que me deixa mais feliz é que são só os primeiros 300 dias do resto de nossas vidas.

07 novembro, 2008

Sei lá, mil coisas

Ando sem muita inspiração para escrever ultimamente... Daí recebi o texto abaixo essa semana e pensei que ele tem a ver com o momento.

Porque, de repente, eu abri os olhos e me dei conta que já se passaram seis meses que estou a viver na Europa. E já deu tempo de colocar as "coisas" no lugar, "interiormente" falando.

E se a gente não "acorda", quando vê, já passou...

Grande Quintana.

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais".

24 outubro, 2008

Ano dos sonhos

Os meus 28 anos, com certeza, serão lembrados como o ano dos sonhos. Parece que foi ontem que uma amiga disse que “grandes mudanças acontecem aos 28”. Mesmo com o Marido – àquela época Namorado – tendo recebido uma proposta internacional bem na semana do meu aniversário, eu não dei muita importância ao que ela falou.

“A gente vai morar em Portugal”, eu pensava. Como se Portugal fosse ali, no quilômetro 12,75 da Ancheita...

Tá certo, eu nunca sequer cogitei visitar Portugal... me pergunte sobre Inglaterra, França, Holanda, Espanha, Nova Zelândia, Austrália, Turquia, Egito, Grécia, Argentina ou Peru e eu sei dizer exatamente as cidades que quero visitar. Agora, Portugal... pfff...

Em 365 dias eu fiquei noiva, tive as férias dos sonhos, um reveillon inesquecível, a primeira festa de casamento, depois veio a segunda – do jeito que eu sempre sonhei – e organizada em tempo recorde, conheci uma outra parte da minha família, vieram as festas de despedidas, muitas festas, a viagem, a estadia em hotel, a busca por apartamento, a fase de montar a casa, receber visitas, fazer visitas e viajar pela vizinhança.

Londres foi a cidade escolhida para encerrar o ciclo e receber os 29 anos de braços abertos. Mas assim... a sensação de que o ano pessoal que passou foi mágico e cheio de borboletas no estômago seria a mesma em qualquer lugar no mundo.

10 outubro, 2008

A semana

Essa semana Marido passou nos Estados Unidos.

Era para eu ter feito um mooonte de coisas. A lista estava grande mesmo. Essa é minha estratégia: me ocupo até não poder mais, assim o tempo passa mais rápido e quando vejo, ele já voltou :)

Só que aíííí no meio do caminho apareceu um freela e eu não fiz mais nada além de trabalhar. Maravilha, ne? O universo realmente conspira a nosso favor. Novos ares e contatos é tudo o que realmente preciso atualmente.

Ele chegará amanhã pela manhã. Nem sei o que vou querer primeiro: abraço, fazer mil perguntas (porque ele só conta as coisas assim, sob interrogatório...), ver as fotos que ele tirou, beijo, tomar café juntos, abrir os presentes, falar sobre a viagem de sábado, assistir o nosso DVD de casamento (hã? depois eu explico...), contar sobre o evento que cobri pro freela... são tantas coisas.

Mal posso esperar para amanhã virar hoje :)

06 outubro, 2008

Eleições

Estou feliz. Haverá segundo turno em Bernô City.

Para ser sincera, estou aliviada também por ter uma justificativa para não votar nessas eleições. É sério. O negócio em Bernô City estava feio. Cantor de forró como vice, político inexperiente, porém com as costas quente, como candidato a prefeito, outro que é acusado por uma série de irregularidades. Se estivesse lá, só não votaria em branco para não dar a chance de vitória no primeiro turno a quem quer que fosse o favorito.

No dia 1º de janeiro de 2005, enquanto muitos se recuperavam da ressaca do reveillon, eu acompanhava a posse dos políticos eleitos em Bernô City. À época, foi muito decepcionante ver, de perto, as "manobras" que anularam as possibilidades de derrota para um dos candidatos.

Esse é o principal motivo da minha alegria hoje, pois vejo o segundo turno como uma vitória sobre aqueles que pensam que o voto pode ser comprado. Não pode.

E eu que disse que se um determinado político fosse eleito prefeito da cidade, me mudaria para o município vizinho. Nem imaginava as voltas que a vida daria e que Portugal seria meu novo endereço. Ainda bem!

01 outubro, 2008

Chegou outubro

Mais um aniversário daqui alguns dias e a comemoração não poderia ser melhor: viajando :-)

Vamos para a cidade cinza que eu tanto sonho em conhecer.

É tão excitante pensar que vou para um lugar onde todos falam com o sotaque do Hug Grant.

Eu nunca disse? Eu A-M-O sotaque. Acho o maior charme do mundo.

*suspiros*

29 setembro, 2008

Ah, a tecnologia!

Graças a ela acabei de assistir ao DVD do casório inteirinho, mesmo ele estando lá no Brasil ainda.

Como? Skype, meu bem!

Ah, eu amo muito tudo isso. Ganhei o dia. Ou melhor, a SEMANA! E ela está só começando... Que maravilha!

27 setembro, 2008

Ai, ai, ai

A quinta temporada de Desperate Housewives começará amanhã nos Estados Unidos, enquanto aqui vai começar, pela terceira vez, a reprisarem a quarta.

Alguém me dá uma passagem pros Estados Unidos, por favor?

O jornalista

Achei esse texto no perfil do orkut de uma estudante de jornalismo e não resisti :)

Eu penso que quando estamos na faculdade, temos uma visão mais romântica de como é/ será a profissão e a nossa [futura] rotina. Com o tempo - e às vezes nem precisa tanto tempo assim - a gente se dá conta que não é nada daquilo ou, pelo menos, não é tudo aquilo.

Agora, voltando ao texto, ele é sensacional. Um tanto exagerado, é verdade, mas qual jornalista não é o exagero em pessoa? Quem não é da área talvez fique com a impressão de que nos achamos muito, somos um bando de rabugentos e reclamões. Não é bem assim. Er... quer dizer... é um pouquinho assim sim.

Mas sabem o quê? Eu ainda estou longe de me sentir realizada profissionalmente, mas se tivesse que voltar atrás escolheria o mesmo ofício.

Jornalista não fala - informa;
Jornalista não vai à festas - faz cobertura;
Jornalista não acha - tem opinião;
Jornalista não fofoca - transmite informações inúteis;
Jornalista não pára - pausa;
Jornalista não mente - equivoca-se;
Jornalista não chora - se emociona;
Jornalista não some - trabalha em off;
Jornalista não lê - busca informação;
Jornalista não traz novidade - dá furo de reportagem;
Jornalista não tem problema - tem situação;
Jornalista não tem muitos amigos - tem muitos contatos;
Jornalista não briga - debate;
Jornalista não usa carro - mas sim veículo;
Jornalista não passeia - viaja a trabalho;
Jornalista não conversa - entrevista;
Jornalista não faz lanche - almoça em horário incomum;
Jornalista não é chato - é crítico;
Jornalista não tem olheiras - tem marcas de guerra;
Jornalista não se confunde - perde a pauta;
Jornalista não esquece de assinar - é anônimo;
Jornalista não se acha - ele já é reconhecido;
Jornalista não influencia - forma opinião;
Jornalista não conta história - reconstrói;
Jornalista não omite fatos - edita-os;
Jornalista não pensa em trabalho - vive o trabalho;
Jornalista não é esquecido- é eternizado pela crítica;
Jornalista não morre - coloca um ponto final.

23 setembro, 2008

Pequenos prazeres

Acordar e descobrir que ainda é cedo, chocolate quente antes de dormir, andar de meias, calcinha de algodão, beijo roubado, abraço demorado, pôr-do-sol na praia, sorvete de morango em dia ensolarado, sorvete de chocolate a qualquer hora, fotos tiradas sem querer que ficam super legais, barulho de vidro quebrando ao ser colocado no ecoponto, brisa no rosto, não conseguir parar de rir, email/ ligação inesperada de uma pessoa querida, mudar de canal e pegar *aquele* filme que já foi visto uma centena de vezes começando, e assistir pela 101ª vez, conversar e não ver a hora passar, planejar a próxima viagem, fazer listas, eliminar os itens da lista, aprender coisas novas, terminar de ler um livro, cheiro de chuva, descobrir o próprio bairro, receber visitas, dar o presente certo, ouvir mil vezes a mesma música.

19 setembro, 2008

Diálogos

O álbum e o DVD do nosso casamento serão entregues amanhã. Lá no Brasil, vale dizer, mas isso é melhor nem comentar... porque a ansiedade de ver como ficou está gigante.

Enfim...

Ontem recebemos uma mensagem de um dos rapazes dizendo que precisava URGENTE falar conosco porque não encontrava em lugar algum a música que escolhemos para os momentos especiais do DVD.

Estranhamos. Afinal, o que não se encontra hoje em dia nessa internet, não é mesmo?

Ligamos lá hoje e o outro rapaz que atendeu leu o nome da música que tínhamos escrito, no que o Marido explica que era uma música dos Beatles - Love is all we need - e que mandaríamos por email na sequência.

Aí o moço, que é proativíssimo, responde:

- Então, eu não encontrei essa música, daí coloquei uma ao contrário.

[Modo PÂNICO on]: C-O-M-O A-S-S-I-M A-O C-O-N-T-R-Á-R-I-O?

- É, coloquei uma que fala assim "All we need is love".

Ufa :)

06 setembro, 2008

E o tempo virou...

Sei lá se é culpa mesmo do aquecimento global, mas os portugas dizem que as estações estão atípicas este ano. Desde que cheguei aqui já ouvi que nunca choveu em maio (e nós pegamos alguns pingos logo nos nossos primeiros dias) e que o verão costuma durar até meados de setembro (mas do meio de agosto pra cá as temperaturas já cairam dez graus...).

Enfim... o tempo mudou, principalmente esta semana. Hoje tivemos a segunda tarde com chuva. A esperança – dos portugas – é que, seguindo a regra do “atípico”, setembro seja mais quente que o costume, já que agosto – que era para ser o mês mais quente do ano – foi mais ou menos. Veremos.

Estava me lembrando... quando o verão começou a dar as caras, eu era uma das poucas que me atrevia a usar vestido. Eu e algumas turistas, talvez vindas da Finlândia... As portuguesas mesmo continuavam a usar botas, saias compridas e casacos mais leves, mas ainda assim casacos.

Agora com a chegada do outono eu já não saio sem uma jaqueta ou casaquinho para me proteger principalmente do vento. Já elas, as portugas, usam seus modelitos praianos as tantas da noite, sob chuva ou com vento, como se tivesse aquele bafo morno de um típico fim de tarde de verão brasileiro.

Bem... uma coisa é certa: elas sabem melhor do que eu o que vem pela frente, metereologicamente falando. Talvez por isso ajam assim, como se o verão, na prática, ainda não tivesse acabado.

31 agosto, 2008

Tchauzinho

E a Paula voltou para a sua casa no campo, para a sua família e amigos. Foi com mala, cuia, marido, filhos e um tanto de bagagem extra também. Coisa de doido.

Eu estava aqui, um bocadinho triste. Até que começou a tocar Amy Winehouse. E assim, não tem como eu me lembrar mais e melhor da Paula do que ouvindo Amy Winehouse.

Vamos combinar: não tem como ficar triste ao som dessa música, ne? O que são algumas horinhas de vôo ou um oceano entre as pessoas quando a amizade é verdadeira? Meros detalhes.

08 agosto, 2008

Há quase um mês

Mudança para apartamento definitivo
Dez dias no Brasil
Encontro com famílias e amigos
Novo visual
O mundo cada vez menor
Volta para nossa casa
Faxinas
Casa com a nossa cara
Visto de residência aprovado
Visitas
Passeios
Mínimas de 29 graus na sombra
Internet, telefone e tv a cabo
Sangrias, Moscatel e Vinhos do Porto
Risadas sem fim
Mais viagens
E mais visitas

Resumindo: tem um verão lá fora pedindo para ser aproveitado até o último minuto.

Ou: um dia eu volto a manter o blog atualizado com mais frequência. Prometo!

10 julho, 2008

Feliz! Feliz! Feliz!

Enfim, nossa casa. Vamos poder pintar, bordar, receber visitas, dormir até tarde, sair quando der vontade, colocar cortinas coloridas, mudar os móveis de lugar, deitar fora tudo o que a gente não quiser, gostar ou precisar. Ainda estou meio que em estado de graça. Depois de tanto tempo, de tanta coisa às avessas, enfim, uma casa, a nossa casa.
N-O-S-S-A. C-A-S-A.

Até ontem eu pensava que as coisas conosco só aconteciam da forma mais complexa, do jeito mais contraditório... Porque, vejam lá:

Primeiro ficamos noivos, fizemos um jantar de noivado porque não teria festa de casamneto.
Daí tiramos férias maravilhosas e inesquecíveis que valeram por uma lua-de-mel antecipada, já que nos casamos no civil numa manhã de sábado e passamos o fim de semana na cidade mesmo.
Nos prepararam uma comemoração em família tão harmoniosa que fico emocionada só de lembrar.
Daí, na segunda seguinte... cada um para a sua casa, continuávamos nas casas dos nossos pais.
Pois é!
Dois meses e meio depois, uma senhora festa. De sonhos. Dos nossos sonhos. Sem uma porção de protocolos porque, afinal, se fosse toda dentro dos conformes, como mandam as convenções, bem... não seria nossa.
Pensem em tudo o que é tradicional num casamento? Pois... nós mudamos, inclusive a roupa dos noivos!
Daí... na segunda seguinte... cada um na casa dos seus respectivos pais, de novo.
Um mês depois viajamos para Portugal de mala e cuia.
Enfim, sós! Mas ainda faltava a casa. Afinal, diz o ditado: quem casa, quer casa.
Passamos dois meses no bem-bom, morando em hotel, dez dias numa casa empoeirada até que, hoje, dia 10 de julho de 2008, quinta-feira (tinha que ser!), prestes a completar seis meses de casados, nos mudamos para a nossa casa.

Tudo às avessas? Hoje não vejo mais assim... Tudo do jeito que tinha que ser! E o que importa - como bem disse uma amiga quando estava às vésperas do casamento - é curtir e agradecer pelas coisas da forma como aparecem, sem questionar ou julgar. Aquele negócio de viver o agora, afinal, não sabemos o que nos espera lá na frente. Um outro amigo, naquele mesmo dia, disse que teríamos tantas comemorações daquele dia em diante, que não aconteceriam, se nosso casamento fosse "todo nos conformes".

É ou não para estar feliz?

Eu estou transbordando :-)

04 julho, 2008

Fora do ar

Saimos do hotel. Pois é, acabaram as mordomias, mas isso é outro assunto...

Antes de irmos para o nosso "lar doce lar", estamos provisoriamente num outro apartamento. Apenas por onze dias. O apartamento não tem internet, telefone, rádio, nem tevê a cabo. Apesar disso, está bem localizado, com metro a porta, como dizem os portugas. Ele também é ajeitadinho. Sobram algumas coisas, como tapetes empoeirados, plantas artificiais, bibelôs e luminárias do arco da velha.

Juro que tentei fazer vistas grossas e me convencer de que onze dias passavam rápido, mas não deu certo. Primeiro porque bati o meu recorde de espirros por minuto, segundo porque em cada cômodo, via indícios de uma limpeza mal feita. Digo, feita nos moldes portugueses, que são beeem diferentes do estilo brasileiro e, mais ainda de alguém com TOC. (Sim, eu admito).

Note bem, a dona da casa a limpou um dia antes de nos mudarmos. Ela realmente teve boa intenção, mas quando se está na casa dos 70 anos as habilidades motoras e visuais não são mais as mesmas... E eu realmente achei fofa a preocupação dela em me mostrar como funcionava a máquina de lavar, o fogão, a lava-loiças, o esquentador e até a maçaneta da porta. Sabe como é, há muitas formas de se abrir uma porta... é preciso instrução.

Bem... podem me achar fresca ou o que for, o fato é que além de ter os meus próprios lençóis e uma capa protetora de colchão, para não ter contato nenhum mesmo com a cama, eu não teria coragem de tomar banho naquela banheira, nem mesmo de colocar minhas frutas na geladeira antes de uma limpeza. Então lá fui eu ao supermercado comprar todos os tipos de produtos de limpeza que julguei importante: cândida, que aqui se chama lixivia, desinfetante, lustra móveis, CIF Power - Casa de banho (é assim que chamam o banheiro), sabão em pó, detergente, Ajax Ultradesingordurante, panos de chão e de limpeza e um par de luvas, claro.

Comecei pelo banheiro, passei pro quarto e, em seguida pela sala, onde há um armário embutido muito grande, que ocupa uma das paredes inteira. Foi o local ideal para amontoar todos os tapetes e objetos que não terão a menor serventia nos onze dias de estadia, se é que eles têm alguma utilidade em algum tempo...

Quando terminei toda a faxina, no segundo dia, o ar estava mais leve e o ambiente mais clean, mas era só passar o aroma do incenso para aquele cheiro de velho vir à tona. Foi então que apelei para um aromatizador de ambientes elétrico. Agora não sei dizer se o tal aparelho realmente funciona ou se as minhas narinas foram entorpecidas pela sua fragrância. Quando essas dúvidas aparecem, retomo o mantra: "Serão onze dias. A-p-e-n-a-s onze".

26 junho, 2008

Os portugueses

Quando atendem o telefone, dizem "estou", se despedem com "adeus", pedem "imensas desculpas", se divertem "imenso" e se cumprimentam com dois beijinhos.

"Já está" quer dizer "ok, ok" ou "Chega, chega, já resolvi de outro jeito".

Quando alguém espirra, dizem "santinho" no lugar de "saúde".

Para eles, repolho é couve, couve é caldo verde, louças é loiças, salário é ordenado, celular é telemóvel, jeans é ganga, geladeira é frigorifico, aquecedor é esquentador, aluguel é arrendamento ou aluguer, e por aí vai...

As palavras com "ch", "sc", "z" e "s" poderiam ser escritas com "x" ou com "sch" (imagine o "schiado" do carioca). Difícil? É maix ou menox axxim: pixina, dexer, xubir, xaber, fasher. (Sim, eles fazem biquinho).

Os verbos no infinitvo são pronunciados com um "e" no final. Ajudar(e), jantar(e), apanhar(e), cantar(e), dançar(e), sair(e), esconder(e).

"SFF" é uma expressão mágica que os deixa muito mais simpáticos. Assim, muito mais mesmo. O que significa? "Sche faix favore", pa.

20 junho, 2008

Curtas

# Agora tenho um laptop. É tão lindo!!!

# A internet ainda não está cem por cento, mas funciona. Às vezes.

# Muitos emails para responder.

# O Rock in Rio Lisboa é um acontecimento e tanto.

# Queria ter ido no primeiro dia, com Ivete Sangalo e Amy Winehouse, mas já tinham esgostado os ingressos.

# A Madonna se apresentará aqui em setembro. Os ingressos acabaram, depois do segundo dia.

# Os portugueses gostam tanto de futebol quanto os brasileiros.

# Aliás, há muitos brasileiros aqui.

# É fácil ouvir música brasileira (nem sempre de boa qualidade) como som ambiente.

# E encontrar guaraná Antarctica.

# Brigadeiro, coxinha e pão de queijo também, em menor proporção.

# Os salgados são vendidos frios.

# Já fizemos nossa primeira viagem pela vizinhança. Destino: Espanha.

# Viva a globalização!

# Os dias estão cada vez mais quentes.

# Algumas pessoas fedem.

# Transporte público é muito barato.

# Com 30 euros eu ando à vontade de ônibus e metrô o mês inteiro.

# Viciei em CSI Miami.

09 junho, 2008

Diálogos esquisitos, numa noite incomum

21h45 – Primeiro programa da noite pra nós

Marido: Como eu chego no Castelo?
Senhor português: Se ponha na linha do elétrico.
Marido: Eu quero ir a pé, como faço?
Senhor português, enfático: Se ponha na linha do elétrico.
Marido, em sua última tentativa: Eu não quero pegar o elétrico, quero ir a pé.
Senhor português, impaciente: Pois, esse é o caminho a pé, se ponha na linha do elétrico. Adiante terá uma estátua, você vira a direita.

“se ponha” = siga o caminho

23h45 – Primeiro programa da noite para eles

Paula, após bater à porta de vários restaurantes e encontrar um que ainda servia jantar: Um casal de amigos chegará nos próximos minutos, daí eles fazem o pedido, ok?
Garçom, muito prestativo: Desculpe, mas vamos encerrar a cozinha. Nós serviremos vocês, mas eles não.

2h – O encontro

Kelli: Minha caipirinha acabou... moço...
Marido: Vamos achar outro bar, a Paula está impaciente para ir embora...
Kelli: Mas aqui está tão legal, ir embora por quê?
Marido: Porque aqui é um bar gay.
Kelli: É GAY???????

3h – Numa rua muito movimentada

Kelli: Hummm... que cheiro de pão fresco!
Savio: É mesmo!
Kelli: Olha, vem dali o cheiro. Tem uma fila! Vamos pegar também.
Marido: A gente não faz idéia do que distribuem ali... Não dá para enxergar o que há nos sacos de papel entregues às pessoas.
Kelli: Se for drogas a gente não pega...
Mulher a nossa frente: Vou levar bombas, mas queria mesmo é um cacetinho.
(Pausa para muitas risadas)
Atendente português simpático: Boa noite, o que desejam?
Marido: Eu não faço idéia do que você tem aí... mas queremos cinco.
Atendente português indgnado: Como não? Temos sonho, pastel de natas, bolo de arroz, croassant de presunto e queijo, de chocolate...
(cada um escolhe o seu)
Atendente português vingativo, antes de nos entregar os doces: Pra vocês [brasileiros], isso é sonho, mas aqui chama-se Bola de Berlim com creme, percebes?

4h30 – Projeto ver o sol nascer

Português aparentemente simpático: Estão a pescar?
Todos: Não...
(alguns minutos depois ele volta com umas seis varas de pesca)
Paula: Você escolheu um lugar bom, estamos ouvindo vários peixes pularem aqui em frente.
Português com ar de sabe-tudo: Ah, esses não prestam. São oferecidos demais.
Kelli: Moço, que horas o sol nasce?
Português aparentemente simpático: Umas seis e meia, creio.
Sávio: Hummm... vou ver o sol nascer lá de casa.
Kelli, cochichando: É mentira... eu li que é umas cinco e pouco.
Paula: Ele queria que fóssemos embora pra não assustar os peixes.

- Táxi!!!

Lá se vão dois. Restam três que voltam para casa a pé. Deixam o nascer do sol a beira do rio para outro dia, de preferência sem pescadores por perto... vai ser melhor.

5h25 – Chegada em casa

Kelli: Caramba, a noite foi muito boa. Adorei!
Marido: Com certeza eles também.

5h30 – Adormecimento em tempo recorde

20 maio, 2008

Cirque du Soleil

Semana passada fomos ao Cirque du Soleil. O espetáculo que apresentam aqui chama-se Quidam. Comparado com Saltimbancos, que vi no Brasil em 2006, achei a história um tanto triste e com menos colorido. Mas que fique claro que isso não compromete em nada o show de disciplina, superação e equilíbrio que dão a cada movimento.

No dia, eu estava particularmente indisposta e sem muita vontade de sair de casa devido a um resfriado, meu corpo inteiro doía. A temperatura também não estava lá muito convidativa, 16 graus, fora o vento.

Bem... os ingressos já estavam comprados então lá fomos nós. De cara, a mesma lona azul e amarela, os sorrisos contagiantes nos rostos dos que prestavam serviço, então o show começou logo com três menininhas, com no máximo seis anos a mais velha, dando um show de malabaris. No meio, a menor errou e, quando todos pensavam que elas passariam para o próximo número, repetiram e ela acertou. Foi tão emocionante. Meus olhos se encheram dágua.

Depois disso, nem me lembrava mais da gripe e comecei a comparar as estruturas brasileira e portuguesa.

No Brasil, me lembro que comprei os ingressos em Maio para assistir em Outubro. À época, Marido e eu tínhamos carteirinha de estudante e pagamos algo em torno de trezentos reais para ficar na terceira opção lugar, indo do mega vip ao com visão comprometida. Este ano, cogitamos assistir Alegria, mas desistimos quando vimos que duas poltronas no mesmo lugar ficaria perto dos quinhentos reais.

Aqui, o ingresso mais barato custa 25 euros, ao passo que no Brasil custa 130 reais. Nós compramos os nossos numa segunda-feira para ver o espetáculo na quarta seguinte, pagamos cento e poucos euros no valor inteiro das entradas e ficamos num lugar melhor que no Brasil.

É chover no molhado e dizer o que todos sempre dizem, mas ao fim do show só pude concluir que o acesso à cultura, no Brasil, ainda é bem restrito.

19 maio, 2008

Frase

"Eu me recuso absolutamente a ser de esquerda ou de direita. Eu sou um sujeito que defende ferrozmente a sua solidão. Cheguei a essa atitude diante de duas coisas, lendo dois volumes sobre a guerra civil na história. Verifiquei então o óbvio ululante: de parte a parte todos eram canalhas. Rigorosamente todos. Eu não quero ser nem canalha da esquerda nem canalha da direita."
Nelson Rodrigues, em Clarice Lispector - Entrevistas.

16 maio, 2008

Chineses amigos

Desde que fui ao Canadá, passei a acreditar que os chineses vão dominar o mundo. Eu acredito mesmo.

Eles estão em todos os lugares e, sempre, com algum tipo de comércio. Eles também têm a capacidade de criar uma comunidade paralela, independente de onde estejam e, por isso, não se esforçam para se adaptarem aos costumes locais, sequer aprender a língua local.

Vão dizer que ninguém aqui nunca se assustou ao entrar numa loja de produtos "made in China" e deparar com dois ou mais chineses falando entre si numa língua totalmente estranha num tom que parece que estão dizendo: "está vendo essa garota de azul? Se ela pedir desconto, prenda-a no porão com os ratos e jogue a chave fora".

M-E-D-O ! ! ! !

Bem... mas eu devo confessar uma coisa: se eles realmente dominarem o mundo, eu ajudei.

Poxa, sempre tem uma loja de quinquilharias chinesas quando não sabemos mais onde procurar por cabides que não custem 5 euros cada, um simples adaptador de tomadas (os populares "T" ou Benjamim) ou um porta-retrato provisório para enfeitar o quarto do hotel.

Comprei mesmo. E o farei mais vezes, admito. Tomando sempre o cuidado de não ir até o fundão da loja - onde deve estar o porão.

09 maio, 2008

48 horas

Mudar é legal. Muito. Claro que tem o lance da saudade – que doi pra caramba -, do fuso – que nos deixa cansados durante o dia e pilhados à noite -, do tempo de adaptação e coisas assim, mas no geral é muito bom, principalmente pela quantidade de novas experiências que vivemos a todo momento.

Chegamos a Lisboa há menos de uma semana e já temos uma lista considerável de coisas diferentes que Marido e eu passamos:

Ainda no aeroporto, pegamos vôo com uma excursão de católicos e, na hora de passar pela Imigração, tivemos a sorte de entrar na mesma fila que o padre do grupo. Passamos literalmente batidos, o guarda nem olhou para as nossas fotos do passaporte.

De lá até o hotel, fomos de Mercedez. É o táxi padrão daqui.

Logo nas primeiras horas, já começaram os contrastes. É impossível nao comparar.

“Olha, o Mc Donalds daqui serve sopa!” – assim como todos os lugares que servem comida aqui. Estou feita. Eu amo sopa.

O Neston chama-se Nestun, o danone Corpus é Corpos, o pote de Nutela é gigante, os programas de tevê são hilários, as opções de doces são infindáveis, vinho é muito barato, há muitas frutas frescas, botecos com mesas pelas calçadas e muitos brasileiros. Muitos.

No primeiro passeio que fizemos ao centro da cidade, nos ofereceram haxixe e coca no meio da rua. Fiquei impressionada. Foi a primeira vez que me ofereceram drogas. Nem na Terra do Gelo que a maconha é liberada, isso aconteceu...

Apesar da cidade ser “grande”, a capital do país, me sinto como se estivesse numa cidade do interior, com ruas arborizadas, estreitas, sem muitos prédios altos, tudo muito antigo, algumas construções até bem velhas, outras, ao contrário, super conservadas.

Falei das diferenças, agora vamos às semelhanças. Chegamos no meio do feriado de 1º de Maio e, como no Brasil, havia faixas pelas ruas com reinvidicações bem semelhantes às nossas: saúde, emprego e educação. Também há muitos moradores de rua e fumantes que jogam a bituca de cigarro no chão.

Algo que me deixou muito feliz foi ver que há pontos de coleta de recicláveis por toda a cidade. Hoje fui a uma deles, com a minha sacolinha ecológica fazer a minha parte.

Por hora, vou parar por aqui. Há muitos outros assuntos que merecem destaque especial, entre eles, os doces portugueses, as visitas às imobiliárias e as confusões linguísticas.

02 maio, 2008

Borboletas no estômago

Malas prontas, coração a mil e muitas expectativas. Essa é a melhor descrição para a minha versão 2.8 e meio.

Um universo de novidades me aguarda e eu quero experimentar tudo, até a última gota.

Mais do que nunca, Breakaway e Elevation formam a trilha sonora desse momento.

E que momento!!!!!

25 março, 2008

Misto de emoções

E o dia que eu tanto esperei na minha vida está prestes a chegar!

Nem sei o que dizer exatamente, pra ser sincera. Como diz o título, o momento é exatamente esse: um misto de emoções.

Ainda me pergunto como foi possível, em pouco mais de um mês, providenciar tantas coisas, fazer tantos orçamentos, gastar tanto dinheiro e o melhor, curtir cada minuto, não ver o mês voar. Claro que teve um nervosinho aqui e ali, mas deu tudo tão absulutamente certo, que só pode ser intervenção divina!

Aquele lance de quando tem que ser, é, sabem?

Agora eu entendo quando a Michelle dizia que ser noiva é demais! Realmente é incrível. Chega a ser indescritível. Só eu sei o tamanho da felicidade que dá quando penso que cada detalhe tem a nossa marca, o nosso gosto, passou pela nossa aprovação e será do nosso jeito.

As flores, as fotos, a decoração, o amibente, a comida, as músicas, os doces, as lembrancinhas. Absolutamente tudo foi carinhosamente preparado para ser especial para nós e para as pessoas que escolhemos para estarem conosco nesse dia.

Vai ser lindo. Já está sendo!

A festa será a chave de ouro para fechar essa fase tão gostosa que estamos vivendo e iniciar uma outra, deliciosamente melhor.

Check list

A quatro dias do *grande dia*, minhas preocupações são:

- Buscar a roupa no costureiro
- Me alimentar e dormir corretamente
- Esfoliar e hidratar a pele
- Fazer as unhas
- Teste de penteado e maquiagem
- Relaxar, relaxar, relaxar
- Esperar, esperar, esperar
- Respirar, respirar, respirar
- Curtir, curtir e curtir

20 março, 2008

Contagem regressiva

Tá chegando! Tá chegando! Tá chegando!

Estou a empolgação em pessoa.

Nove dias. Apenas nove.

:-)

13 março, 2008

Mundo insano...

Sabe quando se sai de casa com um plano em mente, mas no meio do caminho resolve-se unir o útil ao agradável, matar dois coelhos com uma cajadada só e outros ditados populares que querem dizer “já que estou aqui...”?

Pois bem. Hoje eu tinha como meta encontrar alguns amigos, visitar outros e bater um pouco de perna. Essas coisas que a gente faz quando não está trabalhando... Enquanto caminhava para uma das casas que seria visitada me dei conta que o Hemocentro estava ali pertinho e também que já tem mais de um ano que doei sangue pela última vez..

Quando peguei a carterinha de doadora para conferir o local exato, nada de telefone ou endereço físico, só o do site. Como eu sabia o nome da avenida, nem liguei para esse detalhe. Afinal, TODO MUNDO sabe onde fica o Hemocentro por ali, pensei.

Ledo engano...

A todos que perguntei, me pediram o endereço completo. Oras, se eu tivesse o endereço não precisaria de informações. Humpf.

Fui obrigada a entrar em um cybercafé para descobrir que estava a 500 metros do Hemocentro e que o atendimento tinha encerrado cinco minutos antes.
Só para deixar tudo com mais clima de *troféu joinha pra mim*, quando estava prestes a publicar a primeira versão deste post, encerrou o tempo de navegação na lan house e o computador simplesmente desligou sem qualquer aviso de “esse equipamento auto-destruirá seus arquivos em cinco segundos”.

26 fevereiro, 2008

Quase lá

Estou há quatro dias de dar tchau ao meu trabalho. Três e meio, na verdade, porque metade de hoje já se foi...

Eu tenho um serviço bem chato pra terminar, relatórios para entregar, o passo a passo da minha rotina para passar para a nova pessoa, mesa e gavetas para esvaziar, 12 gigas de música para levar para casa e outros arquivos perdidos pelo micro.

Ao mesmo tempo que não vejo a hora de sexta-feira chegar, para encerrar um ciclo e dar início a outro, dá a impressão de que vai faltar tempo e que algo ficará para trás... um misto de sensações...

Nesses momentos de confusão mental, o negócio é desligar, mesmo que seja pelo tempo de uma música apenas. E, graças à Dani, minha terça ficou menos ansiosa agora, depois de assistir seguidas vezes à hilária performance de Hug Grant em Letras e Músicas.

22 fevereiro, 2008

Aprendizados

Quando se é obrigada a passar cinco horas dentro de um ônibus na volta para a casa por causa de uma chuva torrencial que alagou toda a cidade a gente aproveita para rever alguns conceitos.

Eu, por exemplo, cheguei à conclusão de que um celular com todos os recursos multimídia do mundo e conta ilimitada é algo fundamental na minha vida.

19 fevereiro, 2008

Como assim?

Podem dizer que já era esperado, que passou da hora ou o que for... ainda assim recebi a notícia da renúncia de Fidel com um grande aperto no peito.

A única coisa que passa pela minha cabeça, nesse exato momento, é que a Cuba que conhecerei não se parecerá em nada com a que Fernando Morais apresenta em A Ilha, que há tanto tempo eu sonho visitar.

13 fevereiro, 2008

Voltando ao Rio

Agora, o lado B do carnaval carioca:

Como os homens se soltam nessa época.
Se bem que isso deve ser no Brasil todo...
Aposto que alguns fazem contagem regressiva para assumirem o lado mulherzinha.
E como eles mijam. Argh!
E são despudorados.
Pouco importa se há mulheres bem ao lado deles num momento que deveria – eu disse deveria – ser íntimo.

Uma coisa legal:

Achei taaaaao legal a forma como os cariocas pulam o carnaval. É na rua, de graça e todos saem de casa fantasiados. Me senti no interior de São Paulo, quando eu ficava toda empolgada para ir ao baile. Também foi como se estivesse na Terra do Gelo, em dia de halloween, que é quando todo mundo sai fantasiado pelas ruas com a maior naturalidade.

A diferença do halloween pro carnaval é que aqui a farra dura Q-U-A-T-R-O dias. Por isso os gringos piram quando vem pra cá. Imagina quatro dias para, em cada um deles, usar a fantasia que quiser, pegar metrô, ônibus, correr atrás dos blocos carnavalescos ou mesmo ficar parado – perto de um bom vendedor ambulante, claro! – e ver as bandas passarem.

Eu não sabia desse lance dos blocos... e também não pulei carnaval nesses dias... cheguei a fugir deles, pra dizer a verdade. Mas eu confesso que quero voltar ao Rio e que pode ser no carnaval e... que... da próxima vez... eu até leve alguns... acessórios...

Assim, só pra ficar mais no clima... :)

12 fevereiro, 2008

Inversão de valores

Semana passada uma amiga disse: “sua vida está prestes a mudar totalmente e você se comporta como se fosse viajar para a praia”.

Ela está certa. Tenho priorizado coisas que deveriam estar em segundo plano. Sim, porque há um grande evento para organizar, uma longa viagem para ser feita e pessoas especiais que merecem todo o estoque de atenção que tiver disponível, já que o próximo encontro, sabe-se lá quando será...

E hoje ouvi outra coisa que me fez pensar. Incomodou mesmo. O lado bom foi que me fez enxergar isso, que não há vantagem nenhuma em “tentar” atender a demanda e deixar o que realmente me excita e me faz feliz em segundo plano. No fim, tudo fica pela metade...

07 fevereiro, 2008

O Rio de Janeiro

Era como se, a cada passo, eu estivesse no cenário de uma novela diferente. Leblon, Copacabana, Ipanema, Flamengo, Arpoador, calçadão, futevôlei, Pão de Açúcar, Corcovado... tudo isso já foi cenário de algum enredo ou música ou os dois.

Até subir ao Pão de Açúcar, tinha classificado a cidade como “fofa”: tem o mar – que vele muuuuuuitos pontos para mim –, é pequena – o que permite que muitos passeios sejam feitos a pé –, tem ótimos lugares para comer – yummy! – e tem ciclovia – que também aumenta os pontos no meu conceito.

Então São Pedro deu uma trégua na garoa e lá fomos eu e o agora Marido andar de bondinho. A vista do conjunto de morros, alguns ainda a salvos das favelas, milhares de luzes ao redor, o mar abraçando tudo e o sol se pondo exatamente naquele momento me deixou sem palavras. Foi aí que a cidade subiu para o status de “puta-que-pariu-que-coisa-linda”. O Rio de Janeiro realmente faz jus ao título de Cidade Maravilhosa.

Na foto: o mar, o pôr-do-sol e Copacabana.

01 fevereiro, 2008

Salve o Carnaval!

Quero dizer, salve o feriado prolongado!

Hoje a cidade estava mais à vontade. Me deparei com diversas pessoas – que geralmente vejo com roupas mais sóbrias no caminho para o trabalho – de tênis, calça jeans e camiseta. E uma mala a tira colo.

Eu não fugi à regra. Minha mochila está bem aqui, ao meu lado. Assim que der o horário, pego o caminho da cidade que dizem que é maravilhosa.

Quero só ver se é mesmo :-)

31 janeiro, 2008

Descobertas

Para mim, cada livro tem o momento certo para ser lido. Pode parecer bobo, mas comigo sempre acontece de ganhar, comprar ou pegar emprestado algum livro e deixá-lo encostado por tempos até que - pimba! - um dia nos olhamos e sabemos que chegou a hora.

A leitura flui, as idéias batem e tudo se encaixa, faz sentido. Gosto de descobrir autores, ler sobre a sua vida para entender um pouco mais sobre o que o levou a escrever aquilo, daquele jeito.

Agora mesmo, acabei de ler Poemas Místicos, de Rumi. Já tenho esse livro a um bom tempo, o levei para o Canadá (em 2005!!!!) e tudo, mas lê-lo que é bom... Até que chegou o fim de 2007 que, abrindo um parênteses, foi um ano de altos e baixos.

Se ele estivesse vivo, teria 800 anos e, ainda assim, seus escritos são atuais e podem ser aplicados nos dias de hoje tranqüilamente.

Sutil e verdadeiro, resumindo.

18 janeiro, 2008

Vida de noiva

Incrível como um anel muda tudo. De um dia para o outro, você deixa de ser apenas *namorada* e passa a se preocupar com coisas até então, longe de cogitação... Salão de festas? Lista de convidados? DJ? Tudo é uma novidade. E assim: a cada dia, as idéias mudam completamente. A festa que ia ser daqui x meses, num lugar y, agora vai ser daqui n meses no lugar z. A roupa que ia ser assim agora acho que será melhor ser assado. E por aí afora...

Haja florais de Bach, bolinhas homeopáticas, chocolates, músicas e mantras de relaxamento! Sem contar os amigos mega especiais que sempre têm as melhores observações a fazer sobre os meus mais complexos dilemas. Ah! E claro, o noivo que está preste a ficar maluco com tantas alterações emocionais.

O que eu sei é que toda a minha vida está preste a mudar.

Completamente.

Totalmente.

Definitivamente.

Todas essas mudanças e emoções estão sendo muito curtidas. Cada uma delas. Cada minutinho.

E como está sendo incrivelmente bom =)

14 janeiro, 2008

Uma parada em Ilhéus

Ilhéus é uma cidade que vive do turismo. Além das belezas naturais, ela mantém viva a ostentação que tinha de ser a capital do cacau. Há tempos a realidade não é bem assim...

Onde quer que se vá, encontra-se doces, geléias e chocolates caseiros, tudo muito saboroso, feitos com o cacau plantado ali na região. O Sul da Bahia era o segundo maior produtor de cacau do mundo até as lavouras serem tomadas pela praga conhecida como “vassoura de bruxa”, nos anos 80. Hoje, o país oscila entre a quinta e sexta posição no setor.

Um dos passeios que fizemos foi à Ceplac - Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira -, órgão que agora pertence ao Ministério da Agricultura e que passou a desenvolver estudos com outras frutas tropicais, já que o cacau não é mais o carro chefe da região.

Durante a explicação, o monitor contou que o órgão sempre soube da existência da vassoura de bruxa na região amazônica e “monitorava” para que a praga não chegasse à Bahia. Desde que chegou, ainda não descobriram uma forma de contê-la.

No dia, lembro que fiquei bastante brava com a morosidade do governo e, pior, dos produtores que viram as plantações esvair-se sem se mobilizarem. Não consegui calcular a quantidade de trabalhadores mandada embora na época, mas deu para entender o por quê da população ser tão pobre e menos instruída.

09 janeiro, 2008

Chá de cadeira

Hoje tive que ir ao banco. Sabia que quando esse dia chegasse – o de eu me dispor a ir até a agência – a paciência seria mais que necessária. Pois bem, peguei um livro, caderno de anotações, ipod e fui. Funcionário número 1 me disse tudo o que já sabia para, em seguida, eu perguntar: “e????”.

Depois de passar pela porta giratória, fui encaminhada para um estagiário. Muito empenhado, diga-se de passagem, mas fraquinho, fraquinho. Não sabia absolutamente nada, nem mesmo repetir com todos os “efes” e “erres” o que a chefe dele tinha mandado me dizer.

E foi nessa hora que a paciência se foi. Não, não com ele. Com ela!!!! A tal da chefe foi incapaz de levantar a bunda da cadeira e se dirigir a mim para explicar tudo o que não estava acontecendo, nem mesmo quando pedi que ele pusesse fim ao leva-e-traz de recados e me trouxesse quem, de fato, pudesse resolver meu problema.

Eu não sou daquelas que discursam que o cliente tem sempre razão. E entendo que os estagiários são pagos, nesse caso, para servirem de barreira contra todos os insultos que funcionários de bancos devem ouvir todos os dias. Mas, na boa, ser educado não faz mal a ninguém. E respeitar os outros é muito bem visto, por quem é cliente, inclusive.

Nessa hora, o gerente passou ao meu lado. Quase uma hora e meia depois dele ter liberado a minha passagem pela porta giratória. (Pois é, nessa agência, quando o detector de metais continua a apitar mesmo depois de você já ter tirado carteira, chaves, sombrinhas e tudo mais da bolsa, o gerente tem que ir pessoalmente autorizar a sua entrada no banco). Uó.

Peguei ele pelo braço e, de verdade, só não pedi que encerrasse minha conta porque, ao contrário da chefe bundona, ele esclareceu o que os dois – a bunduda e o estagiário – não souberam explicar e me deu as orientações que precisava em poucos minutos.

04 janeiro, 2008

"Rico é aquele que é feliz com o que tem"

Se tive um aprendizado nessas férias foi esse: rico é aquele que sabe viver com o que tem e se sentir feliz.

Durante a viagem, me deparei com muitas pessoas de uma simplicidade sem tamanho, com sorrisos sinceros e coração que transborda. Uma delas foi o "seu" Euzébio. Estou pra ver pessoa mais feliz.

E o que é mais bonito: é uma felicidade gratuita. Não precisamos comprar nenhum de seus artesanatos para ganharmos um sorriso desdentado de orelha a orelha, nem toda a atenção ao perguntarmos sobre o melhor caminho a seguir.

"Tem cestas minhas em todo lugar do mundo: Portugal, Espanha, Itália e até nos Estados Unidos!", nos contou orgulhoso, enquanto confeccionava mais uma peça. Com uma mesa improvisada de frente para o mar próxima a um dos pontos turísticos de Morro de São Paulo, "seu" Euzébio passa o dia ali vendendo água de coco, prozeado e fazendo seus trabalhos artesanais.

Quando tiramos essa foto era de manhã. Voltamos até lá ao fim do dia, pois é o ponto da ilha que tem a melhor vista do pôr-do-sol. Para nossa surpresa, "seu" Euzébio já tinha ido embora. "Bem no horário que ele ganharia mais dinheiro", pensamos. E logo depois concluímos: pois é, ele que é feliz.

02 janeiro, 2008

Bem-vindo, 2008!

O ano chegou com as energias renovadas. Depois de uma viagem que merece um post à parte pelo Sul da Bahia, passar a virada com amigos verdadeiros num ambiente que emana vibrações positivas foi a dose perfeita para voltar à ativa com a disposição que um ano novo pede.

E se tem algo reservado para 2008, isso se chamam novidades!

Que venham os dias ensolarados e nublados, as borboletas no estômago, as pisadas na jaca, os encontros com amigos e com aqueles que vão se tornar amigos, os passeios por lugares novos e por aqueles já conhecidos que merecem uma nova visita, os dias de preguiça e os de super disposição, as noites badaladas e as que pedem filme, pipoca e edredom, viagens, fotos, festas, músicas e filmes.

Enfim, que venham desafios, projetos, conquistas, descobertas. Tudo com muitos sorrisos, alegria, tesão e paixão.

Que venha 2008!